quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Imagem – produto do espetáculo




O espetáculo é definido pelo autor Douglas Kellner, no livro Sociedade Midiatizada, como “formas de produções construídas tecnologicamente que são produzidas e disseminadas através da mídia de massa ( rádio, TV, internet, wireless)”. O século XX, que é caracterizado por formas de espetacularização, faz com que indústrias culturais possibilitem a multiplicação dos espetáculos na mídia e em sites. Com a multiplicação de experiências devido às tecnologias, cidades incham, populações crescem , e com o desenvolvimento de tecnologias de informação, as formas de espetáculo acabam moldando a sociedade e a cultura.
A televisão, que se tornou o centro da vida doméstica dos brasileiros, mudou a relação entre público e privado devido aos seus telespectadores considerá-la um meio onde tudo pode ser visto. Nossa sociedade durante muito tempo foi ensinada que algumas coisas são se faziam nem se diziam em público, e sim deveriam ser feitas com privacidade. A partir daí, o que ocorre é uma inversão de valores que são estabelecidas pela própria sociedade pós-moderna.
O espetáculo ocupa várias esferas de nosso cotidiano como política, economia e em nós mesmo. Uma das formas de domínio, por exemplo, é através da mídia que muitas vezes oferece fantasia e sonho, modelando pensamento, comportamento, e ação dos indivíduos, tornando-se palco de visibilidade para conquistar audiência, aumentando assim o poder e o lucro da indústria cultural.
Dentro do espetáculo tudo é mercadoria, na visão do filósofo Guy Debord. A imagem tem valor de mercadoria e é criado o novo, o extraordinário e o desconhecido que depois se torna o esquecido. Ele afirma com seu conceito marxista e radical embora nem todos são dominados por este espetáculo: “O mundo presente e ausente que o espetáculo faz ver é o mundo da mercadoria dominando tudo o que é vivido.”
Muitas vezes o espetáculo não agrega informações relevantes, mas torna o conhecido em algo impactante que chega a causar choque através da forma que é colocado pela mídia em mostrar a realidade, da melhor forma para se vender.
Para Debord, o espetáculo também vai muito além da presença dos meios de comunicação de massa no cotidiano das pessoas. Segundo o autor, o espetáculo é a própria sociedade e, por assim ser, torna-se o principal instrumento de unificação social, ou seja, por meio da imagem se cria a realidade e essa realidade construída realiza a unidade da vida. Isso fica evidenciado na seguinte afirmação: “O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens.”

Nenhum comentário: